Boa passagem de ano para todos. Quanto a todo o ano, isso logo se vê e espero sinceramente poder e conseguir desejar à maioria que me lê uma boa primeira semana antes de desejar uma óptima segunda semana e por ai em diante.
A última noite do ano ou em tempos as ultimas e as primeiras noites do ano foram para mim durante muito tempo momentos para sair de Lisboa com amigos, por vezes muitos, e festejar sem fim. Este ano não será assim, será mais calmo, mais familiar, mais aconchegante.
Mas como quero desejar uma óptima noite de passagem de ano e por saber que muitas pessoas aproveitam esta altura para viajar e festejar deixo aqui um óptimo roteiro para a viagem de fim de ano, assim como uma ajuda para preparar a viagem.
“As putas de Aveiro
Aceitam dinheiro,
Mas as de mação
São pagas com cartão
As putas do Minho
Enchem-se de vinho,
A puta mais fina
Cheira cocaína,
A do interior
Chupa no prior,
A do litoral
Chupa no industrial...
As putas de Algodres
Andam todas podres,
As de Guimarães
Trabalham com cães,
A puta do porto
Faz o seu aborto,
A puta de espinho
É um rapazinho,
A do caramulo
Ai gosta do seu chulo,
Mas a da cidade
Aprecia a liberdade...
A puta de faro
Leva muita caro,
A puta barata
Nunca lava a rata,
A de Torres Vedras
Curte grandes pedras,
A de Benavente
Encharca-se em aguardente,
A de Figueiró
Quer dinheiro para o pó,
A de Celorico
Troca um chuto por um bico...
Pu putas de todas as terras e lugares
Pu putas às centenas e aos milhares
As putas de Aveiro
Preferem dinheiro,
Mas as do Japão
São pagas com cartão,
A puta do Gana
Fode à canzana,
Já a da Guiné
Gosta de foder em pé,
As da Estremadura
Querem picha dura,
Mas as do Tirol
Apreciam picha mole...
1, 2, 3, 4
As da patagónia
Fazem cerimónia,
Mas as do Peru
Gostam de levar no cu,
A puta da rua
Fode toda nua,
A puta anã
Nunca tira o soutien,
As de Leninegrado
Fodem com agrado,
Mas as de Moscovo
Pertencem ao povo...
Pu putas de todas as terras e lugares
Pu putas às centenas e aos milhares...!”
(Irmãos Catita, Putas de Portugal e do Mundo)
quarta-feira
Uma pequena prenda de natal a quem me lê.
Aldina Duate - Flor do Cardo
Simples e Belo.
"dói-me ser a Flor do Cardo
não ter a mão de ninguém
tenho a estranha natureza
de florir com a tristeza
e com ela me dar bem
dói-me o Tejo e dói-me a Lua
dói-me a luz dessa aguarela
tudo o que foi criação
se transforma em solidão
visto da minha janela
o tempo não me diz nada
já nada em mim se consome
não sou principio nem fim
já nada chama por mim
até me dói o meu nome
dói-me ser a Flor do Cardo
não ter a mão de ninguém
hei-de ser Cravo Encarnado
que vive em pé separado
e acaba na mão de alguém"
Porque apesar da vontade existir e ser grande nem sempre a inspiração aparece.
Porque apesar de pensar que com vontade e disciplina é sempre possível criar, nem sempre penso as coisas certas.
Porque nestes tempos tenho tido muito mais em que pensar do que naquilo que tenho vontade de escrever.
Porque a minha vida deu uma grande volta, mudou e a minha escrita ainda não conseguiu acompanhar tamanha mudança.
Porque de súbito vejo-me envolvido na maior aventura da minha vida e por isso quase tudo me parece pouco ou pouco importante para ser escrito.
Porque ainda não tenho vontade de partilhar neste espaço público o que ando a sentir e pensar sobre o maravilhoso momento que vivo.
Porque estou sem vontade do contacto virtual e pouco intenso que se faz nestes espaços.
Porque sei eu lá porquê…
A verdade é que este espaço está temporariamente em hibernação.
Sei que a maioria das pessoas que aqui vêm ler as minhas palavras conhecem-me pessoalmente, essas podem sempre me procurar olhos nos olhos.
Sei que as pessoas que aqui vêm e não me conhecem pessoalmente têm mesmo aqui ao lado o meu e-mail, se a vontade de comunicar comigo for muito grande têm sempre essa opção.
Por agora é só isto, não quero abandonar completamente este espaço que me acompanha faz tempo e que na verdade foi o pavio daquilo que ando a viver.
Volto já.
domingo
sexta-feira
quarta-feira
segunda-feira
Pergunto-me se o André será Sardet ou se terá sarna. E consequentemente se a sarna terá como consequência a perda total e irreversível da capacidade criativa.
Pelas minhas contas faltam 685222 latas de cerveja, 1259727 garrafas de vidro, 784208 latas de atum, 102982 frascos de gel de banho, 2427289 pacotes de leite, 2 jornais correio da manhã e 284103 páginas amarelas para acabar com o cancro da mama em Portugal e calar de uma vez por todas as meninas vestidas de cores garridas na publicidade. Por favor ajudem, já não as posso ouvir mais e pode ser que depois disso, volte a existir boa publicidade para convencer a sociedade a reciclar.
Ufa!!! Estou muito mais descansado e feliz, pelos vistos os sindicatos ainda servem para alguma coisa e vão mesmo apresentar uma contra-proposta para a avaliação do corpo docente. Finalmente, já estava a ficar mesmo descrente e triste em relação à utilidade dos sindicatos na nossa sociedade, tenho verdadeiramente esperança que a proposta seja realista e justa e que venha realmente dar um contributo para a resolução deste problema e já agora que o governo perceba que ceder ou aceitar propostas exteriores é também e muitas vezes saber governar. Vamos então esperar por sexta-feira.
quinta-feira
quarta-feira
Força Manela
Primeiro foi a crise nas bolsas de todo o mundo a criarem uma sensação de normalidade na minha vida. Agora e finalmente o Partido Social Democrata vem enquadrar-se visivelmente no panorama politico nacional. Onde sempre esteve mas quase nunca tão assumidamente verdadeiro.
E de súbito parece que tudo começa a fazer sentido.
As notícias deviam ser seleccionadas por pessoas competentes para o efeito e não os jornalistas, isto traz-me à memória qualquer coisa azul.
Em democracia não se fazem reformas.
Pois finalmente concordo com o PSD e a Srª Manela, esta democracia é realmente uma palhaçada. O meu problema agora é que ficou claro que não vale a pena votar no seu partido, pois o seu partido é contra o voto. Resta-nos esperar que os militares, que não andam nada bem dispostos, façam alguma coisa e coloquem a Dona Manela no poder. Aí então este país vai ser uma maravilha de pogesso e pospogidade, tanto paga mim como paga as piquenas e média empgessas.
É realmente triste e lamentável que no tempo da Manela não tenha existido uma Prova Geral de Acesso, porque em contrário ela saberia com certeza muito melhor o significado da palavra ironia e quando e como utilizar essa figura de estilo. No entanto ainda foi a tempo de aprender o significado de prolixo, já não foi mau, afinal a PGA serviu para alguma coisa.
quinta-feira
AVALIAR É BARIL!
Apesar de ter tido boas notas na escola, na verdade nunca percebi muito bem como é que estava a ser avaliado e o que estaria a ser avaliado em mim.
Apesar de não perceber muito do assunto, parece afinal que os professores não querem ser avaliados porque não conseguem avaliar-se a si próprios, dá muito trabalho, é muito complicado, burocrático e difícil, requer despender muito tempo e energia e é injusto.
Agora os alunos passam todos e isso é uma desgraça, mas na Madeira os professores têm todos Bom e isso é impecável.
Acho que muito boa gente está finalmente a perceber como era, é, e será avaliado na escola.
Gostava muito de ouvir algum professor ou representante propor e explicar uma outra forma de avaliação, apesar de concordar que a explicação dada pelo governo sobre esta forma de avaliação ser vaga, mas ao menos existe.
Num ponto parece que todos concordam, é preciso avaliar.
Avaliar é baril.
Senhores Professores, aproveito também este post para lhes pedir que na próxima manifestação, aproveitem o evento para educarem um pouco a população, afinal parece que é essa a vossa função na sociedade. Gostaria de lhes pedir para não abandonarem o vosso lixo nas ruas da cidade, gostaria de lhes pedir para tentarem atravessar as ruas quando estiver sinal verde para os peões, gostaria de lhes pedir para olharem para a esquerda e para a direita antes de atravessarem uma estrada e isso já seria uma pequena contribuição.
Sr. Pateta Alegre, um dia destes escrevo um post só para si, mas digo-lhe já em jeito de sinopse que já tem idade e pelo que sei instrução avaliada com louvor para saber e conseguir avaliar melhor as suas palavras. Felizmente não existe nenhum Camões ou Pessoa na sua geração, caso contrário o Velho do Restelo já seria outro e o desassossego teria um significado já muito diferente do de Bernardo Soares. Talvez o melhor seja mesmo a monarquia, assim podia ser que existisse um Rei para o mandar calar. É que você parece uma matraca, use a sua energia e tempo para de uma vez por todas perceber o que significa intervenção e cidadania e proponha uma forma justa de avaliação.
segunda-feira
Afinal o Olga Cadaval
não é um Centro Cultural
é um Frigorífico Municipal.
Salvou-nos a Joan.
Bonito concerto e excelente som, há muito tempo não assistia a um concerto com o som tão bom e uma acústica tão boa. A sala é muito boa, ainda não conhecia, gosto muito de Sintra e por isso também é bom ir até aquelas paragens para ver um concerto. É pena é que em muitas salas de espectáculos bem como em muitas salas de cinema não existam pessoas capazes de controlar o ar condicionado. Penso que a minha sopa aguentava mais tempo sem azedar dentro do Olga Cadaval do que no frigorífico lá de casa, e acreditem o frigorífico não está estragado nem é mau.
Vi o concerto todo sem conseguir tirar o casaco e a garrafa de água que comprei antes de entrar estava mais fresca no fim do concerto do que no inicio.
Salvou-nos a Joan, com dois bons músicos em palco, um concerto simples e muito bem executado, um humor um pouco no sense e demente, mas com alguma piada.
Fiquei com a clara certeza que o Obama está tramado, pelos vistos as pessoas dos Estates estão mesmo sequiosas de acreditar em alguma coisa, até a Joan a certa altura do concerto afirma que durante anos andou a falar mal da América e do seu governo e que agora já não precisa. Até ver querida Joan, até ver…
sexta-feira
quinta-feira
quarta-feira
terça-feira
sexta-feira
terça-feira
segunda-feira
Quatro anos. Se por um lado parece que foi ontem, tal é a tua presença forte em mim, quase constante. Por outro lado parece uma eternidade, tal é a quantidade de mudanças que existiram na minha vida desde esse dia triste de dois mil e quatro.
Felizmente sinto que as mudanças têm sido todas para muito melhor, sinto que se partilhasse hoje a minha vida contigo, como o fiz no passado, irias ter mais orgulho de mim, iríamos estar ainda mais próximos e estaríamos com certeza cada vez mais íntimos.
As marcas que me deixaste, como sempre soubeste, nem todas foram boas mas todas foram fortes, verdadeiras e intensas. A saudade que sinto de ti tem aumentado gradualmente mas tem sido sempre um sentimento que tenho conseguido transformar num sentimento quente e bom.
Foste e serás sempre um exemplo e uma meta para mim, por vezes em tempos essa meta era algo aparentemente impossível para mim de atingir, em tempos as comparações afastaram-nos. Depois aceitei a nossa diferença, aceitei a tua genialidade e carácter forte, personalidade vincada. Foste e continuas a ser um maravilhoso Pai para mim, a pessoa que mais me moldou, influenciou e criou até hoje.
Hoje não esqueço as coisas boas e tenho grande dificuldade de lembrar as menos boas. Hoje sei que irei sempre sentir a tua falta e que a tua presença na minha vida foi até agora uma das realidades mais belas e maravilhosas que vivi.
Eras uma pessoa impar, como somos quase todos, mas encontrar alguém parecido contigo tem sido tarefa muito árdua, praticamente impossível. Uma das lições mais maravilhosas que me deixaste e que tenho conseguido pôr em pratica é a forma frontal como te davas à amizade, tenho conseguido partilhar com a Nuna, com a Kitty e com o Vasco um pouco daquilo que partilhava contigo e sinto que nós os quatro temos conseguido ser um pouco daquilo que eras para nós.
Sei que viveste uma vida apaixonada e apaixonante e isso cria em mim um sentimento muito quente e feliz.
Obrigado Pai.
sexta-feira
quinta-feira
sexta-feira
quinta-feira
quarta-feira
terça-feira
quinta-feira
Debater Citações #07
“Vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer!” (Geraldo Vandré)
segunda-feira
sexta-feira
quinta-feira
A VERDADE LA PALICE
#01
A temática da verdade e da mentira persegue-me, faz tempo. O Sr. Grisalho dizia recorrentemente que a verdade é uma mentira que já aconteceu e por outro lado que a mentira é uma verdade por acontecer. Levando a questão para um campo factual e tangível, onde o que é facto e aconteceu é verdade e o que não aconteceu é mentira, mas também levando a questão para um campo de sonho onde tudo pode ser verdade e acontecer e onde a diferença entre uma coisa e a outra passa apenas pela nossa própria acção e vontade.
Em diversas alturas da minha vida desconfiaram de mim e sim, também eu sou como todos nós e já menti, inventei, fabulei, ilustrei ou imaginei.
Na senda desta descoberta, para mim tão pouco interessante, do que é verdade e do que é mentira, dou hoje inicio a mais uma rubrica no meu blog. A verdade la Palice.
Jacques de la Palice era um soldado Francês, ficou famoso por afirmar verdades evidentes.
“Se hoje não fosse quinta-feira, amanhã não seria sexta-feira!”
segunda-feira
Debater Citações #06
No dia do centenário da morte de Joaquim Maria Machado de Assis, maravilhoso escritor da língua Portuguesa, volto ao blog e deixo aqui algumas citações para debate e homenagem ao autor.
“Prefiro cair do céu a cair de um prédio de dois andares”
“Escrever é uma questão de colocar acentos”
“As melhores mulheres pertencem aos homens mais atrevidos”
“Não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão”
“Há sempre uma qualidade nos contos, que os torna superiores aos grandes romances, se uns e outros são medíocres: é serem curtos”
“Descobri uma lei sublime, a lei da equivalência das janelas, e estabeleci que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência.”
“Não se ama duas vezes a mesma mulher”
“Eu não sou homem que recuse elogios. Amo-os, eles fazem bem à alma e até ao corpo. As melhores digestões da minha vida são as dos jantares em que sou brindado.”
terça-feira
quarta-feira
No mínimo acho imensa piada, já me fartei de rir.
Então não é que a maior economia capitalista e liberal do mundo acaba de assumir o controle sobre uma seguradora para não a deixar cair em falência.
Mas espera lá isso não é mais ou menos o mesmo que o Sr. Chaves fez com a companhia petrolífera da Venezuela? O estado ter o controlo sobre as empresas mais importantes para a sociedade não é um dos princípios básicos do socialismo?
Já não percebo nada, que eu me lembre o Comunismo ou mesmo o Socialismo foram assassinados e logo vieram dizer que eram ideologias já mortas, mas afinal parece que o liberalismo e o capitalismo andam a adoptar estratégias dos mortos para sobreviverem.
Cá para mim isto ainda acaba em suicídio.
terça-feira
Para o meu amor, que tantas vezes com seus sonhos me ergue da letargia. Um pouco do sonho de Vladimir Severo e Valquíria Gondul.
segunda-feira
domingo
quinta-feira
Isto há coisas… Tenho praticamente a certeza que todos os que me lêem, sabem perfeitamente onde estavam, o que estavam a fazer, talvez até o que comeram logo depois e o que tinham vestido há sete anos atrás.
Pois eu estava no centro comercial Colombo a comprar umas calças de ganga, na loja em frente haviam uns televisores na montra, quando olho para lá estava já um monte de malta colada à vitrina. Será que há bola hoje? Fui ver o que seria e vi uma torre a arder. Pensei que seria um incêndio. Fiquei a olhar um pouco mais e vi em directo o segundo avião embater nas torres.
Fiquei perplexo, voltei para a loja das calças, quando estava a experimentar umas levis recebo uma mensagem do meu amigo Hugo a dizer árabes-2 americanos-0. E agora quanto é que estará o resultado?
E tu, onde estavas há sete anos atrás?
E no dia 24 de Agosto de 2001, lembras-te onde estavas?
Galileu nasceu na cidade de Pisa, onde há uma torre quase a cair, há quatrocentos e quarenta e quatro anos. Faz hoje sete anos que o planeta gira em torno de duas torres que já caíram. Sete anos pode ser muito pouco tempo, a torre de Pisa já leva oitocentos e trinta e quatro, mas para mim já é tempo demais.
quarta-feira
O velho do Restelo diz que é uma máquina brutal, que isto ainda vai acabar mal, que é pior que a bomba atómica, que vai criar um buraco negro e engolir-nos a todos.
Eu não sou do Restelo e apesar de estar a cada minuto mais velho, estou cheio de esperança de que novos conhecimentos surjam desta experiência e que eu ainda esteja por cá e com capacidade para os compreender. Visto que é um acelerador, espero que seja rápido.
sexta-feira
Quiz musical #10
(consiste em descobrir a música e o autor de um excerto de uma letra)
"(...)
What the fuck is happening?
Where has everybody gone?
What the hell is going on?
There is nothing as frightening as being alone
(...)"
Todos os dias caminhava ao longo do rio, reconhecendo tudo pelo seu reflexo nas límpidas águas. Árvores acenantes, pedras deslizantes, pássaros cantantes, céus nublados ou azuis, tudo visionava no espelho sereno mas corrente. Naquele dia, algo cortou essas imagens. Uma figura singular, quase imersa, desviava-me a atenção. Jurei a mim mesmo nunca me atrasar aos meus deveres, mas o magnetismo daquele corpo nu desviava-me do cumprimento. Aquela beleza sobejava na paisagem, afogava os outros sentidos e fazia crescer um desejo. Tocar-lhe era imperativo, não apenas pela ânsia da concretização mas também pela confirmação de que era real. Com receio de acordar a sedutora passiva, aproximei-me lentamente, com os passos sorrateiros a que habituei aquele lugar. Estava prestes a tocar na sensualidade ali repousada, a pousar minhas mãos nas curvas de uma volúpia incerta, a sentir a pele fresca da juventude e os seios firmes de uma certa inocência. O ímpeto sobrepunha-se à moral e a corrupção à consciência. Já quase com o sentimento de posse a dominar-me, a mulher agarra-me com firmeza e mergulha-me nas águas que se vão turvando. "Seria castigo? Sou punido por sucumbir à harmonia e à natureza?". Foi a dúvida que se formou antes da sua mão de sereia me privar do meu derradeiro fôlego.
quinta-feira
Eram outros tempos, havia muito mais pobreza neste país, que não restem dúvidas sobre isto. Eram tempos em que se dava prioridade aos homens para estudar, as meninas podiam perfeitamente ficar em casa a aprender as lides domésticas para mais tarde serem esposas de um homem, trabalhador, abonado e respeitador assim se sonhava.
Em tempos de escassez ter um filho era um enorme risco e aventura, ter dois era uma loucura e ter mais que dois era como jogar na lotaria, na esperança que todos sobrevivessem e algum no futuro tivesse dinheiro para proporcionar uma velhice descansada aos pais.
Para eles a gravidez tinha sido um acidente, forma fugaz que contem em si a tentativa de aceitar e apaziguar a verdade, quem brinca com o fogo acaba por se queimar um dia. Foi um acidente, o fósforo acendeu com uma chama muito alta. Tantos fósforos acendeu, algum deles um dia os iria queimar.
Assumiram a gravidez, casaram, foram viver juntos para uma pequena casa na aldeia. Cinco meses depois da mudança era chegada a hora de receber o fruto do acidente. Nessa tarde, por pressentir e perceber que era chegada a hora, ela foi para casa da sua mãe e a parteira da aldeia foi lá ter. Às onze da noite começou a hora curta.
Ao invés de um, a parteira trouxe ao mundo dois seres humanos. Afinal a barriga tão grande tinha uma explicação lógica, eram gémeos. Já todos tinham pensado e percebido isso, ninguém se atrevia a afirmar.
Duas bocas, duas goelas, quatro ouvidos, um infinito mistério cerebral e interior ao quadrado.
Um rapaz e uma rapariga.
Até à quarta classe foram colegas de sala de aula, depois separaram-se. Ela já sabia ler e escrever era o bastante para uma rapariga. Ele foi para o primeiro ano do ciclo na vila mais próxima.
A obrigação deu-lhe uma enorme resistência para estudar, era uma chatice, fingia que estudava e lá foi conseguindo passar de ano, sempre sem um futuro muito risonho pela sua frente.
A proibição deu-lhe uma enorme vontade de aprender, de noite, quando todos dormiam em casa, levantava-se e roubava os livros do irmão. Lia-os com toda a atenção e com enorme prazer, fazia os trabalhos de casa que não eram para ela, lia as perguntas dos testes e tentava dar-lhes resposta. Volta e meia surpreendia a família ao dar resposta a dúvidas do irmão sobre coisas que os pais nunca tinham ouvido falar. Foi aprendendo por si e nunca perdeu a vontade de saber mais, cresceu com um futuro assustador à sua frente, Olha que os homens não querem mulheres muito inteligentes, ouvia.
O tempo passou, e ao passar gerou a mudança. Com os novos programas para dotar as pessoas com a escolaridade mínima, tirou o nono ano sem pestanejar, e não parou de estudar e aprender. Aos quarenta e cinco anos formou-se em sociologia, sempre a trabalhar ao mesmo tempo, na grande cidade. Hoje é professora, nem outra coisa poderia ser.
quarta-feira
A nova casa tinha dois andares, ligados por uma escada de vinte degraus, dois lances de dez degraus unidos por um patamar a meia altura.
A casa antiga era praticamente um corredor, entravasse quase a meio, para a direita tinha a cozinha, em frente a sala e para a esquerda três quartos e duas casas de banho.
Se todas as portas estivessem abertas, do quarto ele conseguia ver tudo o que se passava em casa. O quê e quem cozinhava na cozinha, o que estava a dar na televisão da sala, o que a irmã fazia no quarto dela, tudo. O corredor tinha uma fila de armários com espelhos nas portas, com a ajuda deles a capacidade de observação era quase total e directamente proporcional à falta de privacidade.
Cresceu assim, a saber sempre o que se passava à sua volta.
Depois, a casa nova era tão grande, tão acusticamente isolada que o quarto dele mais parecia uma cela de onde não se via nada e menos se ouvia. Começou por andar a correr pela casa e espreitar às portas, a subir e descer a escada a toda a velocidade, a ir da cozinha para a sala de estar passando pela de jantar.
Um dia, não sei ao certo se a meio da trigésima terceira ou trigésima quarta volta pela casa, tropeçou no degrau dezoito, contando de baixo para cima, quando ia a descer, ao invés disso, caiu escada abaixo. Partiu uma perna e um braço. A mãe ainda lhe disse que já o tinha avisado, o Pai foi emburrado com ele até ao hospital, a irmã riu.
Ele passou três meses praticamente deitado no quarto dele. O seu mundo passou a ser apenas o seu quarto, a vista sobre as árvores a rua e o céu através da janela e o que a mãe e a empregada traziam do outro lado das quatro paredes quando lá iam.
Realizou, que dentro dele havia um mundo muito maior e estranho por explorar, tornou-se um rapaz, aos olhos dos outros, fechado solitário ou tímido.
terça-feira
quarta-feira
Debater Citações #05
“As leis são como as teias de aranha que apanham os pequenos insectos e são rasgadas pelos grandes”
(Sólon)
“A majestosa igualdade das leis, que proíbe tanto o rico como o pobre de dormir sob as pontes, de mendigar nas ruas e de roubar pão”
(Anatole France)
“Se não existissem más pessoas, não haveria bons advogados”
(Charles Dickens)
“Qualquer idiota pode fazer uma regra e qualquer idiota a seguirá”
(Henry Thoreau)
“Para que possamos ser livres, somos escravos das leis”
(Marcus Cícero)
“As leis são sempre úteis aos que têm posses e nocivas aos que nada têm”
(Jean Jacques Rousseau)
“Mas a verdade é que não só nos países autocráticos como naqueles supostamente livres – como a Inglaterra, os EUA, a França e outros – as leis não foram feitas para atender à vontade da maioria, mas sim à vontade daqueles que detêm o poder”
(Léon Tolstoi)
“Não acredito nas constituições nem nas leis, a mais perfeita constituição não conseguiria satisfazer-me. Necessitamos de algo diferente: inspiração, vida, um mundo sem leis, portanto, livre.”
(Mikhail Bakunine)
terça-feira
quinta-feira
O Pato
Vinha cantando alegremente
Quém! Quém!
Quando um Marreco
Sorridente pediu
Prá entrar também no samba
No samba, no samba...
O Ganso, gostou da dupla
E fez também
Quém! Quém! Quém!
Olhou pro Cisne
E disse assim:
"Vem! Vem!"
Que o quarteto ficará bem
Muito bom, muito bem...
Na beira da lagoa
Foram ensaiar
Para começar
O tico-tico no fubá...
A voz do Pato
Era mesmo um desacato
Jogo de cena com o Ganso
Era mato
Mas eu gostei do final
Quando caíram n'água
E ensaiando o vocal...
Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!...
terça-feira
Sei que só o presente existe e que ele, assim como a existência, não pode ser parado e observado para analisar e concluir. A nossa existência é para ser vivida e sentida, assim como o tempo, o presente.
Sei que para muitos dos que me lêem faz já muito tempo que não escrevo nem apareço, para esses desapareci, assim como se tivesse deixado de existir, porque não estou presente. Se não estou presente, se não vivo o meu presente e se não presenteio os outros com a minha presença assim como não recebo a presença dos outros ao meu redor, não existo.
Mas não é assim, na verdade não morri e ainda existo, apenas não existo aqui, neste espaço.
Volto hoje quase só para deixar um sinal de vida.
Nunca foi fácil para mim a relação com o sexo oposto, quase sempre precisei de tempo, de reflexão e principalmente de introspecção quando sinto não estar feliz a relação que desejo ter com o sexo oposto.
E assim aconteceu com a menina Valquíria Gondol, sei bem que não fui batalhador, sei bem que não fui conquistador, sei bem que não sou um bom exemplo do que supostamente um homem deve ser na fase da conquista e da corte. Não fui talhado para ser rei.
Preparei um jantar, fui aprender a dançar tango, escrevi e percorri ruas da nossa cidade para estar perto dela, com o sonho que ela me recebesse. Nunca quis receber-me e muito menos entregar a mim um pouco dela que sentisse verdadeiro, espontâneo e sentido.
Da menina Gondol apenas recebi sarcasmo e projectos de agressão.
E assim ausentei-me por uns tempos, fui estar presente noutros presentes, muito mais presente apenas e só a mim e não tanto ao sentimento que existia em mim projectado na imagem da Valquiria.
Agora volto apenas e só para me fazer ver vivo, aqui, neste espaço onde ainda assim sempre senti conseguir ser eu mesmo. Mesmo sabendo que a menina Valquiria frequenta também este espaço, mesmo sabendo que outras pessoas com o Senhor ElMauNitch, alguém por quem na verdade sinto um certo respeito medroso, também aqui vem e por isso também me lê e vê vivo. Mesmo sabendo que o facto de aqui vir poder resultar numa nova recaída nesta minha maneira tão ingénua por vezes de ser.
Arrisco, apareço.
segunda-feira
Porque também a mim o que me preocupa são as coisas fora do anormal.
Dou início a uma campanha para atribuir o prémio Capitão Moura ao senhor António de Balasar.
Cuidado, existem coisas fora do anormal a acontecer!!
quinta-feira
quarta-feira
terça-feira
Dentro de dez minutos vou finalmente sair daqui para ir buscar a revelação e digitalização do meu primeiro rolo de fotografias, tirado com a Diana F+.
Quem sabe amanhã há novidades por aqui.
Num ano qualquer já longínquo, não me apetece fazer contas à vida, no meu décimo ano de escolaridade, uma professora descobriu que a escola tinha todo o material necessário para montar um laboratório de fotografia a preto e branco. Propôs a alguns alunos da turma, entre eles eu, se estaríamos dispostos a ser responsáveis por uma sala sem luz e consequente laboratório fotográfico na escola. Com o intuito de fotografar, revelar, imprimir e quem sabe expor na escola os nossos trabalhos de fotografia.
Foi um dos melhores momentos da escola secundária, ganhei uma paixão pela fotografia, fotografei imenso, conseguimos alguns apoios financeiros para papel, líquidos e rolos e por isso todos os dias lá andava eu de maquina na mão a fotografar quase tudo o que via.
Eu e mais quatro amigos tínhamos uma sala fechada à chave dentro da escola e sem luz, sempre que algum aluno queria utilizar o laboratório teria que marcar uma hora connosco e ser acompanhado por um de nós. Como podem calcular só raparigas tiveram esse privilégio.
Depois o liceu acabou, ainda ajudei a montar um laboratório em casa de um amigo e ainda continuei durante uns tempos a fotografar, depois vieram as máquinas digitais e a paixão pela fotografia foi passando.
Ficou uma saudade que nunca era satisfeita.
Até que para acompanhar certa menina a quem ofereceram uma Lomo, decidi comprar uma também e voltou a paixão, numa semana já tirei cinco rolos e agora tenho que ir embora para ir buscar a revelação do primeiro deles.
sexta-feira
Este verão estava eu na praia com uma amiga que conhecia há muito pouco tempo, que conheci num sítio maravilhoso e esotérico, ela só dizia não te percebo, tu estás sempre na água, é no mar, é na piscina, tens qualquer coisa ligada à água! Até que ela foi ver os meus números na astrologia do Ki (das nove estrelas), e o meu número é 591 - 5 (terra, o imprevisível, está ligado à personalidade da pessoa), 9 (Fogo, comunicação, infância) e 1 (água, é aquilo que as pessoas vêem em ti).
E disse, bem que tinhas que ter água em ti!
Isto para dizer que a olhar esta imagem, lembra-me eu própria, a água acalma-me muito, faz-me relaxar imenso e é quando consigo parar, e ficar algum tempo num sítio!
Quando estou no mar, demoro a entrar, o mar faz-me pensar e sinto uma luta cada vez que vou ao mar, faz-me remexer com as coisas na minha cabeça, e até entrar, demora, pois estou num perfeito diálogo com ele.
Relaxo como esta imagem mostra. Nado exactamente desta maneira, então sem nada, sinto uma liberdade como em terra não sinto.
Quando era miúda chamavam-me de sereia, ou de peixe, pois não saio de lá!
Quem me conhece bem, cada vez que me aproximo do mar, fico completamente histérica, ciosa para entrar naquela água, que me faz acalmar e ganhar novas energias!
quarta-feira
terça-feira
sexta-feira
Tenho que começar já a treinar a minha capacidade de omnipresença, para dia 10 de Julho estar na minha plena forma.
Se não, vejamos as horas e os lugares onde pretendo estar:
18H50 – Vampire Weekend – Metro On Stage
19H10 – Spiritualized – Palco Optimus
20H00 – MGMT – Metro On Stage
20H20 – The National – Palco Optimus
21H40 – Gogol Bordelo – Palco Optimus
22H20 – Peaches (DJ Set) – Metro On Stage
23H10 – The Hives – Palco Optimus
23H50 – Hercules & Love Affair – Metro On Stage
00H40 – Rage Against the Machine – Palco Optimus
É certo que nada começa ao mesmo tempo, mas é certo também que muitas coisas vão sobrepor-se. Vai ser um dia cheio e cansativo com certeza.
Na rubrica música do momento está um belo exemplo de uma música de Shannon Wright, Fences os Pales.
Neste ano de 2008 já muitos concertos tive o privilégio e sorte de ver e ouvir. Já lhes perdi a conta e até sinto alguma revolta interior por sentir a minha memória a diminuir. Já vi The National, Patrick Watson, Portishead, Bala, Dead Combo, Einsturzende Neubauten, Feist e tenho a sensação de me estar a esquecer de outros concertos que já vi este ano, e a lista ainda vai aumentar e muito.
De todos os concertos que vi este ano até agora há um que me encheu as medidas, foi a semana passado no Santiago Alquimista e foi Shannon Wright sozinha ao piano ou com a guitarra eléctrica.
Ela é simplesmente fabulosa, uma energia e verdade contagiante, um talento enorme.
Conhecia mal a sua discografia e o álbum que melhor conhecia era o álbum com o Yann Tiersen, depois do concerto estou quase sempre a ouvir a sua música.
Deixo aí ao lado na rubrica já mencionada um exemplo da música dela.Conselhos para mim, se fossem bons, nesta sociedade não se davam, vendiam-se. Mas mesmo não sabendo se quem me lê conhece ou não, eu acho que vale muito a pena passar os ouvidos por ela.
quarta-feira
Sempre os cometi, muitos e vários. Quando era mais novo ainda cometia mais, depois com o tempo e o facto de começar a ler e escrever mais, fui cometendo cada vez menos, mas a verdade é que ainda dou erros demais, mesmo com correctores ortográficos e afins.
Porque salpicão ou salpicam, está bem escrito, mas têm significados completamente diferentes.
Fiquei a pensar no assunto.
Existe outra situação no defecar que por vezes me deixa perplexo. Por vezes quando olho para o fundo da sanita e observo o que acabou de sair do meu interior, coisa que na verdade muito raramente faço, dou por mim a pensar como será possível um cagalhão daquele tamanho, qual salpicão de meio quilo, ter saído por buraco tão estreito, virgem ou apertado.
Talvez seja essa uma das razões, menos obvia, para o meu erro, sim porque a obvia é mesmo o facto de não escrever bem.
Dislexia, uma das palavras que mais depressa aprendi a escrever, de tanto a ouvir.
Sempre troquei os F’s pelos V’s, por exemplo. Até ao dia em que a minha mãe me disse para chamar pelas palavras antes de as escrever e perceber se o som tinha mais a ver com o som de faca ou com o som de vaca.
Desde então não existe pala (…) (OH! Vaca!!!!) vra, onde exista um F ou um V em que eu não pare para chamar uma vaca ou uma faca.
Talvez por isso não abdico do meu bom bife de vaca bem cortado com uma boa faca.
Um dia destes tenho que escrever a história da Faca da Vaca que talhou um pouco de tudo o que encontrou.
De volta ao salpicão quero apenas deixar aqui registado que já existiram momentos em que algo do tamanho e forma de um salpicão passou pelo buraco do meu ânus, mas de todas as vezes que isso aconteceu, só aconteceu num sentido especifico, de dentro para fora e nunca no sentido oposto.
Não que tenha alguma coisa contra as pessoas que gostam de introduzir salpicões no cu, desde que não seja no meu cu e desde que não queiram depois que eu coma os salpicões.
No resto, quando se trata de introduzir um bom salpicão no organismo, se for pela boca, passar e deixar boas marcas nas papilas gustativas, seguir para o estômago, e depois de todo um processo sobre o qual não me apetece falar, voltar a sair do organismo agora sim pelo buraco do ânus e já com outro conteúdo mas quem sabe com a mesmo forma. Para isto estou completamente aberto e receptivo.
segunda-feira
Não gosto de sanitas que, quando um cagalhão mais potente lhes cai na água, salpicam o rabo todo.
Se queres desenhar sanitas, caga como deve ser primeiro.
sexta-feira
quinta-feira
terça-feira
1
Vi-te num quatro e foi um trinta e um
Imersa num mar de traços e reflexos
Rendi-me e rendilhei-me em ti
Bilros
2
Um quarto de ti eleva-me ao expoente máximo
Num quarto de ti vejo-te toda, nua
Basta-me tocar-te
Cheirar-te é suficiente
Ouvir-te ou ver-te é resultante
Basta-me um quarto de ti
Para saborear-te
3
Tento unir sem dividir
Multiplico a intersecção
Somo cada vez mais tesão
E o que está a mais
É subtraído sem diminuir.
4
Com quatro letrinhas apenas
Se escreve a palavra Amor
Que é das palavras pequenas
A que sinto com mais calor
E assim mergulho em ti
Na rebentação do teu sentir
¿Qué cantan los poetas andaluces de ahora?
¿Qué miran los poetas andaluces de ahora?
¿Qué sienten los poetas andaluces de ahora?
Cantan con voz de hombre
Pero, ¿dónde los hombres?
Con ojos de hombre miran
Pero, ¿dónde los hombres?
Con pecho de hombre sienten
Pero, ¿dónde los hombres?
Cantan, y cuando cantan parece que están solos
Miran, y cuando miran parece que están solos
Sienten, y cuando sienten parece que están solos
¿Qué cantan los poetas, poetas andaluces de ahora?
¿Qué miran los poetas, poetas andaluces de ahora?
¿Qué sienten los poetas, poetas andaluces de ahora?
Y cuando cantan, parece que están solos
Y cuando miran , parece que están solos
Y cuando sienten, parece que están solos (BIS)
Pero, ¿dónde los hombres?
¿Es que ya Andalucía se ha quedado sin nadie?
¿Es que acaso en los montes andaluces no hay nadie?
¿Que en los campos y mares andaluces no hay nadie?
¿No habrá ya quien responda a la voz del poeta,
Quien mire al corazón sin muros del poeta?
Tantas cosas han muerto, que no hay más que el poeta
Cantad alto, oireis que oyen otros oidos
Mirad alto, vereis que miran otros ojos
Latid alto, sabreis que palpita otra sangre
No es más hondo el poeta en su oscuro subsuelo encerrado
Su canto asciende a más profundo,
Cuando abierto en el aire ya es de todos los hombres
Y ya su canto es de todos los hombres
Y ya su canto es de todos los hombres
Y ya su canto es de todos los hombres
Y ya su canto es de todos los hombres (BIS)
sexta-feira
quinta-feira
- Para ti é fácil, tens essas duas magníficas "bóias"!
- Ah, ah! Até parece que não tens também! Estica-te!
- Seguras-me?
- Vá lá, deixa-te de mariquices!- És tão… macia…
- (sorriso)
- Flutuo. Flutuamos?
Flutuo. Somos uma.
terça-feira
Pior que uma alvorada anunciada
É acordar sem aviso prévio
Sem Galo ou Bússola
Vislumbrar uma nova realidade
Por vezes dolorosa, para a qual
Nunca nos foi despertada a dor.
No entanto…
Na surpresa e no sofrimento
Existe grande dose de aprendizagem.
segunda-feira
quinta-feira
Fim da Ejaculação Precoce
Parece que ejaculação precoce é toda e qualquer ejaculação que acontece menos de um minuto depois de toda e qualquer penetração.
Por isto, nunca mais vou ter ejaculações precoces na minha vida. Vou passar a penetrar em todo e qualquer maravilhoso orifício do sexo oposto, fico quietinho e a pensar em queijo de cabra durante um minuto, espero não vomitar entretanto e só começo a bombear depois.
É o fim da ejaculação precoce para sempre!!!
quarta-feira
terça-feira
Diário de Valquíria Gondul
#05
Lisboa, 27 de Maio de 2008
Confesso, senti um certo orgulho!
Escrever é como ejacular na mão, direita ou esquerda, isso já depende. É masturbação.
segunda-feira
Santogold - L.E.S. Artistes
What I'm searching for
to tell it straight, I'm trying to build a wall
Walking by myself
down avenues that reek of time to kill
If you see me keep going
be a pass by waver
Build me up, bring me down
just leave me out you name dropper
Stop trying to catch my eye
I see you good you forced faker
Just make it easy
You're my enemy you fast talker
Chorus:
I can say I hope it will be worth what I give up
If I could stand up mean for the things that I believe
What am I here for
I left my home to disappear is all
I'm here for myself
Not to know you
I don't need no one else
Fit in so good the hope is that you cannot see me later
You don't know me
I am an introvert an excavator
I'm duckin' out for now
a face in dodgy elevators
Creep up and suddenly
I found myself
an innovator
Chorus.
Change, change, change,
I want to get up out of my skin
tell you what
if I can shake it
I'm 'a make this
something worth dreaming of
Serve este post, não para pedir desculpas ou dar explicações, serve este post apenas e só para informar os interessados de que o autor deste blog tem consciência do atraso do post que se segue e da pouca produção que reina por aqui, em comparação com outros momentos.
Nada de muito grave se passa e o enterro deste blog ainda não tem data marcada nem prevista.
Olho-o com saudade até ao infinito, saudade infinita, à espera sempre de te ver chegar a qualquer momento trazido numa qualquer corrente, eu acorrentada presa desde a tua partida.
Andas perdido há que anos, eu por cá ando igual, tu que nunca te perdias e sabias sempre onde estavas e qual a direcção certa a tomar que todos os dias ainda ao longe me avistavas no cimo do monte e erguias já triunfoso o troféu do dia a acenares-me beijos que eu recebia de peito aberto e aliviado porque te via e sabia que estarias em casa dentro de pouco tempo, a visão de ti era a certeza de que o dia que tanto temia não houvera ainda chegado. Chegou. Eu à deriva em casa a falar aos móveis e eles num silêncio de ignorância com as batatas ao lume a prevenir um atraso que se alongava eternamente a morder o relógio e a engolir o tempo. Subo o monte donde sempre te avisto e somente cinzento tudo cinzento daquela cor que ameaça infinito cinzento socada pelas rajadas molhadas do vento um murro no estômago que não quero receber. Desço à praia atordoada pela irregularidade do caminho as pedras a pisarem-me toda o corpo a gelar por debaixo do xaile preto que me ofereceste no dia em que casámos ensopado ensopada o peso a aumentar o caminho turvo e incerto que continua na areia tudo cinzento a praia deserta sob um cinzento que ameaça o mundo deserto. Olho-o até ao infinito ajoelho-me perante o trovão que rebenta a meus pés pergunto-lhe por ti e responde-me numa voz de raiva, eu com tanta raiva com tanto ódio, a engolir-me o coração a esmagar-me a afogar-me os olhos. Chegou. O mundo deserto até hoje sem uma luz de ti eu perdida sem saber a que horas vens para almoçar. Subo o monte, em dias solarengos quase a impressão de te ver ao longe a acenares-me beijos as gaivotas em voo picado em direcção ao espelho azul casais de velhos trazem a merenda e olham o horizonte, esperarão eles alguém perdido há muitas rugas atrás? São simpáticos oferecem-me vinho e pasteis de bacalhau, embrulho um num guardanapo e guardo-o para ti no bolso do meu avental quando o céu se incendeia partem fico sozinha com os olhos a naufragarem-me o mundo deserto levanta-se um friozinho que me arrepia por dentro recolho-me e lembro-me das batatas ao lume deixo-as dentro da panela para não arrefecerem come quando chegares deves vir com fome se por acaso me encontrares a dormir acorda-me que eu faço-te companhia.
quinta-feira
sábado
José Mário Branco - Inquietação
A contas com o bem que tu me fazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes
São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Ensinas-me a fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas
Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
Pra ficar pelo caminho
Cá dentro inquietação, inquietação,
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Cá dentro inquietação, inquietação,
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que devia perceber
Porquê, não sei
Mas sei
Que não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda
Tom Waits - Hold On
They hung a sign up in out town
if you live it up, you wont
Live it down
So, she left monte rio, son
Just like a bullet leaves a gun
With charcoal eyes and monroe hips
She went and took that california trip
Well, the moon was gold, her
Hair like wind
She said dont look back just
Come on jim
(chorus)
Oh you got to
Hold on, hold on
You got to hold on
Take my hand, Im standing right here
You gotta hold on
Well, he gave her a dimestore watch
And a ring made from a spoon
Everyone is looking for someone to blame
But you share my bed, you share my name
Well, go ahead and call the cops
You dont meet nice girls in coffee shops
She said baby, I still love you
Sometimes theres nothin left to do
Oh you got to
Hold on, hold on
You got to hold on
Take my hand, Im standing right here, you got to
Just hold on.
Well, God bless your crooked little heart st. louis got the best of me
I miss your broken-china voice
How I wish you were still here with me
Well, you build it up, you wreck it down
You burn your mansion to the ground
When theres nothing left to keep you here, when
Youre falling behind in this
Big blue world
Oh you go to
Hold on, hold on
You got to hold on
Take my hand, Im standing right here
You got to hold on
Down by the riverside motel,
Its 10 below and falling
By a 99 cent store she closed her eyes
And started swaying
But its so hard to dance that way
When its cold and theres no music
Well your old hometown is so far away
But, inside your head theres a record
Thats playing, a song called
Hold on, hold on
You really got to hold on
Take my hand, Im standing right here
And just hold on.