Alguém por ai quer continuar a brincar?
A brincadeira consiste em escrever algo, um diálogo, um pequeno conto, um qualquer passado ou presente ou futuro, um ou dois pensamentos.
A brincadeira consiste em criar um contexto para uma imagem.
Podem escrever aí no opinário ou enviar para o meu mail que eu publico.
Vamos brincar?
Imagem a contextualizar #02 - by ElMau
“Esta minha dona é mesmo uma cadela como as lá da rua. Por mais que eu mije em todos os cantos por onde elas andam, elas andam sempre embrulhadas com todos e mais algum cão que passe na minha rua.
Então hoje decide me trazer a passear para mais longe, vem acompanhada por aquele homem que lá tem ido a casa, e que cheira sempre a flores estranhas, e que nunca brinca comigo, na verdade até acho que tem medo de mim. Qualquer dia faço desaparecer as cuecas ao coitado.
Viemos por ruas novas para mim, cheias de cheiros a cadelas que nunca cheirei e estavam os dois com tanta pressa que nem me deixaram ir marcando um pouco o território.
Depois chegamos a este café, que cheira tão bem lá dentro, mas onde não me deixam entrar, pedem uns pratos de comida que devem estar uma verdadeira iguaria, a avaliar pelo cheiro.
Ao invés de comerem a refeição, passam o tempo todo a comerem-se um ao outro e a falar, se não queriam comer bem que me podiam ter dado alguma coisa, mas nada.
Ainda há pouco o tal homem levanta-se e entra no café com aquele andar e o cheiro característico de quem precisa de fazer o seu xixi, não percebo os homens, marcam sempre o território num sítio que nunca guarda o seu cheiro.
Ainda me levantei para ver se a minha dona dava pela minha presença e me dava alguma coisa para comer, mas nisto ela manda-me deitar e aparece este tipo a cheirar a frutos secos e tabaco, diz-lhe duas ou três frases e pronto, ela dá-lhe logo a ele qualquer coisa para comer e para mais os seus lábios e a sua língua.
É mesmo uma cadela como todas as lá da rua esta minha dona.
Oh! Sorte malvada. Isto é que é vida de cão, tenho que estar aqui deitado ao pé destas meias brancas e mal cheirosas, a levar com o tabaco deste gajo, que mal aqui chegou, sentou-se sem a minha dona lhe ter dado essa ordem e ainda consegue comer o que quer.”
segunda-feira
Fotografia de Henri Cartier Bresson
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13 opiniões:
“Ui, meu deus… xiiiiiiiiiiiiiiiiiii….que coisa boa é beijar este homem assim de repente… já até esqueci o sabor do arroz de polvo malandrinho… e ainda bem…” pensava Raquel naquele instante e enquanto o beijo não terminava.
Foi de repente. Tinha sido um impulso. Ela não esperava mas recebeu-o com disponibilidade. O cigarro dele ainda queimava. E por ironia, o fumo seguia o seu rumo, atrás dela… como ele… ela, anti-tabagista insuportável a qualquer fumador que se preze, parecia agora não se importar com isso… estava absorta no beijo e no momento… tinha viajado para aquele espaço galácteo activo imaginário e saboroso que se voa quando se beija alguém com prazer. Estava visivelmente radiante, confiante e receptiva ao inesperado e à volúpia.
No meio de tudo isto, quem estava aflito e não achou grande graça foi o Patusco, que, à custa do esforço da Raquel encontrar os outros lábios, tinha também sentido na pele o esforço de os alcançar. E já começava a não aguentar mais o aperto na garganta e o sopro no coração.
Ela parecia estar imparável, confortável e preparada para ficar assim horas, se eles deixassem.
“Que loucura… ele não pára!... hummm, este vento na cara, sabe-me a ginjas!... estou lijeiramente esfumaçada… mas vale tanto a pena… Abençoada a lei nova do tabaco que nos obrigou a almoçar na rua ao frio e ao vento… ao sabor dos imprevistos... e da liberdade deste beijo” – continuava Raquel a pensar para dentro e a sentir para fora.
Boa Xana, ainda bem que dás o ar da tua graça, prometo publicar em breve a tua volúpia.
Ainda bem que vens brincar comigo.
Beijo enorme.
Gostei imenso da tua brincadeira| ;)... e já avisei as minhas amigas que considero divas d(n)a escrita e que achei que achariam igual graça ao desafio... queria pedir-te desculpa porque, sem querer, dobrei o meu texto da imagem #1... será que é possível o "delete" do meu segundo e repetido comentário, Severo? Sorry. Adicionei o teu blog ao meu? Podia, não podia? :P
Ainda bem que gostaste, e fazes bem em fazer publicidade, quantas mais constextualizações melhor.
Já fiz o delete, no problem.
E por fim, é claro que podias e podes, mais uma vez sem problema nenhum.
aproveito este comentário para te dizer que também vou publicar as tuas contextualizações, na verdade vou publicar todas as que se enquadrarem com a brincadeira.
Beijo.
:D mais uma brincadeira! vou brincar também :)
boa lucia, venham daí essas palavras.
Tudo começou quando Vera morreu. Era gémea de Ana. Conheceu Rui, estranhamente no funeral da irmã, que se tornou rapidamente mais do que um ombro amigo. Era o homem perfeito.
Passados seis meses de namoro, Rui continuava a surpreende-la com flores no trabalho, com os seus cozinhados tardios, entre outras pequenas coisas que a faziam sentir-se amada. Com os fins-de-semanas, Ana até se esquecia da ocupada vida que tinha. Iam sempre para um refugio diferente. Rui tratava de levar o pequeno-almoço à cama, acordava-a com beijos suaves, com carícias quase inocentes. Ana sentia-se a viver um sonho. E tudo porque o conheceu no funeral da sua gémea. Nunca pensou no facto de Vera ter ocultado tal amigo e em como isso era pouco vulgar da sua irmã. Rui até tinha um doce cadela com o nome de Estrela. Algo que ela escreveu no seu diário. Pois sonhara que quando tivesse a sua casa teria uma igual e com o mesmo nome. Rui dizia que se tinha inspirado em Ana para o nome. Que Ana era a sua 'estrela' e que sem ela o céu era apenas um vacuo negro.
Numa das suas escapadelas amorosas, Pedro tirou esta foto. Pedro era um fotografo que ganhava a vida a tirar fotos nas esplanadas. Ficou hipnotisado pela magia que havia em Ana e Rui e na doce cadela Estrela.
Pedro recorda agora esse momento ao olhar para a foto. Resolveu ver o que tinha dentro de uma caixa esquecida e cheia de pó. Veio-lhe à memória a trágica noite desse dia. Ana fora encontrada na praia desmembrada e com o coração arrancado à força de uma faca. A doce cadela Estrela estava deitada inanimada com o corpo ainda dentro de água. Foi cuelmente afogada. Nessa noite Rui desapareceu. Nunca mais foi visto. Mais tarde a redação de um jornal conceituado, recebeu uma carta de um Carlos.
A carta,
"Dei-me a conhecer a Ana pelo nome de Rui. Na verdade chamo-me Carlos. Passei anos a planear o que fazer quando descobri que mãe de Ana tinha atropelado mortalmente a minha mãe, a única pessoa que tinha no mundo. A raiva levou-me a seduzir Vera, filha de Rosa. Matei-a com insulina. Mas a morte de Vera não foi satisfatória. Ainda sentia o ódio e a raiva. Lembrei-me que Vera tinha mencionado uma irmã, mas nunca imginei que fossem gémeas. Senti a adrenalina nas veias. Ela seria a minha próxima vingança. Vera mencionou uma vez que a irmã queria uma cadela com o nome de Estrela e tenciona oferecer-lhe uma nos anos. Comprei-a eu. Comecei a sedução e não consegui parar. Rosa tinha de sentir o que eu sentia. Este vazio que não me deixa dormir, que não me deixa viver! Matei-a sem dó e à estúpida da cadela. Não sinto remorsos. Senti-me satisfeito por tudo ter corrido como planeado.
Decidi escrever esta carta para Rosa saiba, que continuo aqui. Vou-lhe privar de todas as pessoas que ama. Esse é o meu objectivo."
jesus cristinho, a lucia esmerou-se! fantástico lucia.
caro mister, a publicidade tinha que dar em algo, mesmo que em nada de especial.
cá vai a minha contribuição:
Mira como a perna dele está virada para a rua! Claramente se quer ir embora!
Mais um dia, mais uma conquista, mais um beijo para lhe adoçar a boca, mais uma noite cheia do pecado da carne, mais um pequeno almoço acompanhado, mais uma vida fictícia por uma noite.
Lá fuma ele o cigarrinho do "depois" todo ele com seu ar feliz. A mim não me engana ele. Há meses que o vejo, nesta rotina. Um dia neste café, outro dia n'outro.
Sempre sorridente, bem penteado, bem vestidinho. Amigas por todo lado a abanar-lhe seus lencinhos, e ele todo deliciado. Passeia-se pomposo pelas ruas, como se fosse ele o dono do mundo.
Eu gordo, analfabeto, e ele, o elegantezinho universitário.
Não sei onde as vai buscar, o que é facto é que caem todas que nem tordos.
Restaurantes lindíssimos, ramos de rosas vermelhas, concertos de jazz, um romântico o jovem. Todos os dias se vadia pelas ruas com novo trunfo debaixo do braço.
Bem se queixa a minha Amália.. culpa minha ter morto o casamento..
Mas a mim não me engana ele, somos iguais nós.
Gasto dias nisto, gasto a pouca força que ainda tenho nas pernas para tentar perceber este fenómeno. Foi ontem o dia.
Ontem que o segui, depois de seu pequeno almoço com uma roliça moça, que segui seus sapatos engraxados pela rua acima e descobri onde habitava.
Um rés-do-chão num prédio de luxo bem no topo da cidade, com vista para o mar. Deliciosa vista aquela..
Espero o jovem entrar em casa, e finjo-me ardina de modo a poder interagir com o mesmo. Aquela vida maravilhosa já me andava a causar éspecie faz muito tempo!
Bato à porta, e nada.
Bato novamente.. ouço um arrastar de pés.
"Quem é?" pergunta ele.
Ao abrir-me a porta qual a minha cara de tonto quando vejo o jovem lavado em lágrimas.
Lágrimas que lhe escorriam pela face, sem um único esforço fazer.
Como se não as conseguisse controlar, como se causadas por qualquer tipo de dôr interior.
"Que tens jovem rapaz?" pergunto-lhe eu.
E para espanto meu diz-me ele:
"Tens razão meu velho... Somos iguais nós.. também eu estou só.."
Obrigado la folie :) Também gostei do teu texto :)
boa la folie, mais alguém para a brincadeira, isto está a ficar mesmo animado. também gostei do teu texto e tb. o vou publicar aqui, o da lucia já começa a mostrar uma certa tendência para o romance policial, no primeiro matou a helena agora matou logo três, boa lucia.
beijos às duas e obrigado pela contribuição e por virem brincar comigo, continuem.
el mau ca vai o meu texto! espero que gostes.
Tudo começou num beijo, após um capítulo de conversa, em que ambos se derretiam na podridão de um sorriso tão meloso que até mete nojo, hoje não me sinto lá muito bem. Aquele sorriso que anuncía um aiai! de amor eterno ou ameaça o querido vou morar para tua casa. Só a ideia, misturada com o álcool que ainda em mim corre, provoca-me náuseas, uma falta de ar em que duas mãos se unem e o meu pescoço cada vez mais estreito. Não é nada comigo e respiro, um profundo alívio misturado com tremores que estendem do nariz e estancam nas comportas fechadas dos meus olhos.
Uuuuuummm, dooooiiss. Uuuuuummm, dooooiiss.
Controlo-me.
O cão olha-me consternado, cabrões percebem tudo, como que escondido por debaixo da cama a espiar a cópula. Não preciso desses olhos que estancam, estou bem sim, apenas com um pouco de ressaca. Dói-me ligeiramente a cabeça e esses dois que não se descolam por um segundo, o cão bem ladra mas os cabrões não percebem nada. Levanto os olhos do livro, ao fim de um capítulo deveras entediante, e isto que enjoo! Deve ser de todo aquele gin que bebi durante a insónia. Não me caiu nada bem aquilo.
E continuam, naquilo, imobilizados!
Uuuuuuummm, dooooiisss…
Por favor, não se esqueçam de respirar (obrigado pela vossa indiferença), não que receie por vós ou por algo que vos possa acontecer – seria até um alívio, as duas bocas fundidas como membranas, a respirarem-se a esgotarem-se, o oxigénio ups foi-se! e um pequeno laivo encarnado a escorrer dos ouvidos e finalmente paass! caem ambos ao chão onde se desfazem em estilhaços de vidro – mas peço-vos que parem, há pessoas em volta quer dizer, e estou de ressaca além do mais todo esse invisível turbilhão de línguas deixa-me tonto, e o meu pescoço a estreitar. De repente as malas à porta sem que eu dissesse sem que eu falasse, nada. As comportas imediatamente escancaradas porque a torneira aberta. Estou farto, não mais olhares consternados e cópulas saudosas, não mais uuuuummm dooiisss.
Descontrolo-me.
Sabes o que dói não poder beijar-te?!?
LINDO!!!
na altura da faculdade, eu e + 2 amigas, adoravamos estar no café a ver quem passava, ou quem estava na esplanada do outro lado da rua, e fazer isto. imaginar situações/di
álogos eheheh
vou experimentar participar
boa A. vem brincar sim, já tenho textos de pessoas que conhecemos em comum para publicar, na verdade isto começa a dar mais trabalho do que aquilo que pensava ao inicio.
tenho recebido histórias lindas, entra na roda e partilha com a malta as tuas palavras também.
Beijo.
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