não estou dentro d'água
estou dentro de ti
a água está seca
perto do teu molhado
as ondas dos teus braços
as danças das tuas ancas
o teu peito no centro do mundo
as tuas coxas contra as minhas
as tuas pernas que me prendem
as marés a subir e descer
no palpitar do sangue no meu pénis
tudo ferve, tudo é nada
tu és, eu sou, nós estamos
dentro de ti é que me reconheço
no rio na cama na sala
de frente deitados de pé por trás
somos uma forma com conteúdo
inversos complementares
e respiras cada vez mais rápido
e sou eu que estou a boiar em ti
vamos voltar à outra margem?
nadar em ti é tudo, não pares
continua, enquanto houver água
continua, prende-me mais
continua, abre-te mais
continua, não pares
vou largar estas pedras
quero sentir o teu húmido
existe água entre nós?
vou ancorar-me a ti
vou afogar-me em ti
quarta-feira
Imagem a contextualizar #07 - by ElMau
Fotografia de Henri Cartier Bresson
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13 opiniões:
Por favor, se alguém por aí tiver esta foto do cartier bresson num livro, envie-me a mesma com boa resolução por favor, gostava de a ter com mais qualidade para conseguir fazer coisas mais giras quando me enviarem os textos.
não encontro nenhuma melhor na net.
Obrigado.
se me lembrar, revejo no meu livro de nú artistico.
ouça lá, o menino anda a ver se arranja confusão? de qualquer das formas que queira interpretar.
esta foto não se coloca amigo.
és cá dos meus ahaha
que bela foto , que texto fantastico...
A este texto é o ke se chama elevar a fasquia, como se a foto só por si não chegasse.
ESPECTACULAR...
O texto transformou a foto em algo sem importância! Apesar de ser talvez a melhor foto de todas que publicaste.
Soberbamente erótico.
Breathtaking!
Que essa inspiração nunca te acabe, Luís!
Texto e imagem, muito bom :)
obrigado a todos pelos elogios, não sou diferente de vocês, gosto de os receber e gosto de os dar.
la folie : se encontrares a foto vais deixar-me mesmo feliz, procura por favor. Sim, quero arranjar confusão, gosto do caos. quero incendiar isto tudo, estou feito um Nero. também sinto que és cá das minhas, beijos.
in_decomposed: a minha intenção não era propriamente elevar a fasquia, por outro lado a minha intenção era incendiar o libido por isso fasquia até me faz lembrar qualquer coisa, acho que estás mais do que à altura de escrever um texto muito bom para esta foto, dá-lhe, escreve em a fasquia bem alta.
Maura: especialmente para ti, que esta inspiração continue a crescer. Beijos Molhados.
Lucia: obrigado pelas palavras, estes podes matar afogados que eu não me importo, vai aparecendo e se tiveres tempo e vontade escreve alguma coisa, já te disse que gosto muito dos teus textos por aqui.
P.S.: este meu texto não está fechado, desde que o publiquei já acrescentei duas frases, as duas finais, sempre que me lembra de algo mais vou fazê-lo.
estou disponivel para fazer o mesmo com o vossos textos.
mt bem...
existirá água entre nós?!
kissinho
bombocaa, ou estou muito enganado ou deve haver algum rio, o mondego quem sabe.
Beijos, não queres entrar na brincadeira?
mauzão, não te vou deixar mesmo feliz, pois em nenhum dos livros que tenho, aparece essa foto dele.
tentei
veijos
No fim, soltei-me dela para fumar um cigarro deitado na margem do rio.
Ela não sabia nadar.
-Tens frio?
- Sinto picadas nas gengivas, está tanto frio - mas não faz mal.
Tens frio?... Tens frio? Ao mesmo que repetia esta pergunta, interrogava-se a si mesmo: Vais mesmo desistir?
As escuras paixões da maré, o mugido de uma onda... uma glória desconhecida chamando-o incessantemente da negrura do mar alto, era a glória confundindo-se na morte e numa mulher, a glória de fazer do seu destino uma coisa especial, uma coisa rara. Aos vinte anos tinha estado apaixonadamente certo: nas profundezas do mundo havia um ponto de luz que fora feito só para si e que havia de se aproximar de si para o iluminar, e a mais ninguém.
Sempre que sonhava, glória, morte e mulher eram uma e mesma coisa. Contudo, ao atingir a mulher, os outros dois elementos retiraram-se e o chamamento triste do seu nome extinguiu-se. As coisas que rejeitara, rejeitavam-no agora.
Não que a fornalha do mundo alguma vez lhe tenha pertencido para poder chamar sua, mas uma vez sentira o sol colar-se-lhe aos flancos e morder-lhe a carne. Agora, de tudo isso, restavam apenas cinzas. Agora começava uma vida pacífica, uma vida parada.
- Queres casar comigo?
- O quê?
Isto esta muito bom. Fico-te grato por partilhares.
Pessoalmente acho que o teu fumo e o do Bresson se fundem perfeitamente. E fiquei tao curioso de ler o resto que estou a despachar tudo no escritorio para ir para casa ler-te.
Abracos do Alexandre \o/
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