segunda-feira



"Como é que eu saio daqui sem pagar a conta, o raio da velha não pára de olhar para mim... O que é que vou fazer da minha vida, e agora para onde vou... Como fui estúpida, pensar que ele ficaria comigo cuidaria de mim... No que é que me tornei? Mas tenho a certeza que os tomei todos, como dizia para fazer... será que perderam o efeito com o álcool? será que numa dessas noites embriagadas me esqueci... não funciona, são tudo mentiras que nos contam a apregoar liberdade... Estou desamparada, como é que ele me escorraça desta forma? Desamparada não, estou desesperada, nem me deixou trazer a minha roupa... tudo bem que foi ele que me deu, mas não vai fazer nada com ela... ou vai, claro que vai, arranja outra parva para o idolatrar... eu não sou parva, também o usei... mas que ganhei eu com isso... que nojo... o meu ventre... vai crescer, será que se nota? quem me vai querer? tenho de tirar esta coisa de dentro de mim... que asco... que monstro que sou... no que me transformei... preciso de vomitar..."

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