terça-feira

Fui ver Cat Power. Infelizmente não gostei. Mas lá está, tinha uma expectativa enorme, adoro os cd’s, acho-a linda, sempre que vi em vídeo as suas actuações fiquei estonteado.

Só que o som estava muito mau, não é possível gostar dela sem a ouvir, e ela não se ouvia simplesmente. Foi pena.

Já faz muito tempo na minha vida em que quis ser o maior, The Greatest, hoje estou muito longe de qualquer julgamento comparativo, já não quero ser melhor ou pior que o julgamento que faço do outro, já não me comparo constantemente com o que me rodeia, olho muito para mim mesmo e tento diariamente sentir-me melhor com o que encontro em mim e com a forma, verdade, aceitação e compaixão com que me dou ao outro.

Na verdade não compreendo o confronto, tanto o interno, aquele que constantemente criamos com nós mesmos, como o externo, aquele que quase sempre construímos com o que nos rodeia, que normalmente é sempre o que está mais a jeito, para fugirmos de olharmos para o nosso interior e conhece-lo, aceitá-lo e mudá-lo, sem confronto, sem luta.

Quase sempre o que damos à vida, recebemos em dobro.

Nem sei muito bem o porquê de estar a escrever estas palavras, depois do concerto, mas hoje é o que sinto. Um vazio calmo, perplexo. Fico estupefacto com a convicção com que se cometem certos actos. Fico boquiaberto com a brutalidade com que se assumem verdades ridículas. Fico suspenso num mundo estranho àquele em que habito. Suspenso na irrealidade do meu sentir acerca da verdade que o outro me transmite, e assim me despeço, sem mais demora, não existo nesse mundo, não quero existir nesse mundo e nem sequer consigo existir nesse mundo, por isso, adeus.


Ontem li que morrem muito mais cavalos em noite de lua cheia, ninguém consegue explicar o porquê, mas a estatística (ciência biquini, mostra quase tudo, mas esconde o essencial) prova a verdade dos números. Fiquei a pensar no assunto. A lua sempre me influenciou, confesso que até já penso ser uma das razões primordiais de estar a escrever este post hoje, está lua cheia. Quando a lua está cheia, eu estou cheio também, e estou cheio do sentimento mais verdadeiro que existir em mim no momento. E por isso hoje estou cheio de vazio e de perplexidade.

Até amanhã.

2 opiniões:

Avusa disse...

Que bom saber que te sentes assim tão cheio.
Ou tão vazio. Seja como for, em paz. Até amanhã Luis, aliás até já.

Abraço

A. disse...

:) e eu ontem, entre umas limpezas em casa e a produção de uns colares, fui ao quintal e apanhei um susto! "já está a amanhecer?!" (não seria a primeira vez que me distraía até tão tarde eheheh...). do meu quintal não se via a lua. só o céu claro. quase azul céu! que luar! deve ser por isso. mais luz, trocam-nos as voltas e ficamos mais activos. pensamos mais...