segunda-feira

Eram cinco para as cinco da manhã, acorda afogado em suor, precisa de água. Lá fora a água finalmente surge do céu com o seu cheiro e a sua música. Levanta-se vai até à cozinha e bebe um copo de água cheio sem respirar. O chão está frio, nunca dorme vestido e as pantufas estão encaixotadas noutro lugar. Vai nu e descalço. Acordou com a respiração ofegante, estava a ter um pesadelo, fugia mas não se lembra bem de quem, estranho, sente que fugia de si mesmo mas estava sempre no mesmo lugar, perseguia-se a si mesmo, e esse ele perseguidor estava parado sempre no mesmo lugar também, a dois metros, dois passos, dois momentos.
Às cinco da manhã entraste no meu sonho, com o teu corpo pequeno e redondo, moreno e belo. Sonhado assim. Cessaste a perseguição, com um simples sorriso, um toque, um vestido que cai ao chão, um corpo vislumbrado desnudado, uma pele de caramelo suave, quente, um cheiro envolvente.
O ele perseguidor e o ele fugitivo finalmente encontrados dentro de ti.
Dormiu descansado até às nove da manhã, acordou com apetite, voltou à água, agora quente, que cai sobre o seu corpo atordoado.

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