Apesar de não parecer, não esqueças que as aparências enganam e nem tudo o que escrevo aqui é pessoal ou tangível. Muito do que escrevo por aqui é ficção, são partes de um outro todo qualquer. E qualquer semelhança com a realidade pode ser mera coincidência, às vezes não.
Sinto alguma tristeza por existirem muitas mais pessoas que vêm aqui apenas passar os olhos, na verdade muitos dos textos que aqui publico têm como intenção tentar gerar algum diálogo sobre os mesmos, pode ser abuso da minha parte, pode até ser egoísmo, ou simplesmente completa esperança ilusória, mas é esta a intenção da maior parte do que aqui coloco, tentar perceber através dos comentários de quem me lê, afinal como é que sou lido e de que forma o outro sente e entende o que escrevo.
O Problema é que tenho uma percentagem muito pequena de comentários comparado com o número de visitas, penso que sucede o mesmo em quase todos os blogs, talvez não o da Radar onde existem pessoas que por cada visita depositam por lá uns dez comentários de cada vez. A dizer a cor das cuecas e o número de pingos de chuva que caíram ontem, entre outras inutilidades do género.
Não me considero escritor de nada, penso mesmo que não tenho muito jeito para a coisa, dou imensos erros ortográficos e gramaticais, trato mal a língua portuguesa e se há alguém que não merece de forma nenhuma ser mal tratada por mim é a língua portuguesa. Mas gosto de escrever, gosto de tentar colocar em palavras o que sinto, o que imagino, o que vislumbro, o que observo, o que vivo e o que imagino que se pode viver. Gosto da palavra.
Podes questionar de que forma vou usar ou não usar os teus comentários por aqui, mas essa pergunta é em parte ridícula, não tenhamos duvidas de que todos nos influenciamos a todos, que estamos todos interligados e que mesmo sem palavras basta existir qualquer tipo de proximidade para nos relacionarmos de alguma forma e assim, ao existirmos na vida uns dos outros, nos influenciarmos. É óbvio que a tua presença vai sempre actuar na minha escrita, na minha maneira de ver, pensar e sentir o mundo.
Chego a pensar que só estamos aqui e agora para isso mesmo, para nos relacionarmos, para nos encontrarmos e para partilharmos a nossa vida uns com os outros.
Depois, quase diariamente, alguém me afirma eu ser uma pessoa que pensa e fala demais, e eu já acredito nisso, de tanto o ouvir depressa cheguei à conclusão que pela lei da probabilidade, é muito mais provável que a maioria tenha razão. E então talvez o melhor seja começar a pensar menos, falar menos e escrever menos.
terça-feira
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7 opiniões:
lemos porque queremos ler.
escrevemos porque queremos escrever.
um diário, supostamente é para registar pensamentos, emoções, sentimentos,factos ou até mesmo delirios e não para comentar ou receber feedbacks.
quem tenciona diálogos ou dinâmicas "textuais" não deveria intitular o seu
blog de "somente um diário virtual". O que pretendes tem o teor não de um diário virtual, aproxima-se da crítica e da opinação.
O espaço virtual é um não espaço, e como inexistente que é,tem uma partilha adequada.
Se as visitas são muitas, é reflexo da vontade voyeur de muitos, a vontade de dar algo mais que uma vista de olhos já é todo um outro patamar.
boa sorte
Calquito
tens toda a razão Calquito, não só mas também por isso, talvez seja altura para repensar este espaço.
Um abraço.
Olá Luís,
É curioso ler este teu post de hoje...ontem tive mesmo mesmo quase a comentar o post que colocaste há uns dias sobre o "Pillow Book" e acabei por não o fazer porque estava demasiado cansada para fazer a tradução dos meus sentimentos por palavras.
Há bastante tempo que tenho o teu blog nos meus bookmarks e de vez em quando dou cá um salto. Pelo menos era o que eu costumava fazer, porque confesso que nos últimos (2?) meses tenho vindo quase diariamente, ás vezes já com aquele sentimento da criança a antecipar a guloseima.
Gosto de muita da música que ouves e dos filmes que destacas. Os que não conheço vou tentando conhecer, já que tem sido assim, através de contactos mais ou menos fortuitos que tenho encontrado a arte que mais me toca.
Mas mais do que o teu gosto cultural aprecio a tua escrita.
E mais do que a tua escrita a tua forma de ver o mundo que, à falta de melhores palavras, descreveria como sendo de coração aberto. Gosto da forma como as emoções transparecem (mesmo que os relatos não sejam de acontecimentos reais). Gosto da forma saudável como as (de)escreves.
Na verdade ao ler (e ouvir e ver) os teus posts tenho reencontrado partes de mim que já não via há uns anos. E também me tenho lembrado que é possível estar e ser alegre apesar das dores que a vida (ou nós mesmos) nos traz.
Por isso, deixa-te de dar ouvidos a quem diz que escreves ou falas demais :)
Fica bem,
Helena
Disclaimer: Este comentário não visa aumentar o teu ego, apenas traduzir sinceramente a minha opinião sobre o teu blog :P
Oh rapaz, enquanto houver quem te ouça, fala praí à vontade! Mas não te esqueças de dar tempo de antena às outras pessoas, também...
Na minha opinião, o facto do moderador de comentários estar activado pode funcionar como um factor desencorajador, como já te tinha dito. Pessoalmente, não gosto de comentar em blogs que não me dão a liberdade de ver logo publicados os meus comentários. E eventualmente apagar, caso ache que escrevi uma bacorada. Ou que aquilo não era exactamente o que eu queria transmitir.
Conquistar os comentários dos que te lêem não será uma tarefa fácil. E eu que o diga... Ou julgas que o meu blog sempre foi o deboche que se vê? :)
(Vês, eu faço "publicar" e isto continua com os mesmos 2 comentários que tinha antes... Qual é a piléria disto?? 25 ABRIL SEMPRE, DITADURA NUNCA MAIS!!)
Ah ah! :))
Porque é que alguns textos de grande dimensão são lidos e outros não?...Todos aprecia-mos as pequenas frases de absorção imediata e de interpretação duvidosa...talvez seja o titulo ou as primeiras linhas de atracção, talvez seja a vontade de continuar a ouvir a musica de preferencia...coloco-me nos erros ortograficos. Pareçe que se escreve nos sons. És tu que escreves e sou eu que leio...E então, tu vais continuar a escrever , mesmo que eu não leia...
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