sábado

Saiu de casa, já tarde. A noite foi longa e de suor. Acordo ainda envolto, tomo um banho quente e longo. Quero comprar uma t-shirt. O carro ficou em Carnaxide, tenho que ir de transportes ter com ele. Vou a caminhar até Algés, gosto de caminhar, sentir o dia. O autocarro custa 1,7€ o táxi fica mais ou menos por 6€. Vou de autocarro, faz tempo que não entrava nos autocarros da vimeca. Pelo caminho recebo umas mensagens no telemóvel, falo com alguns amigos, sobre a noite de ontem, a noite de hoje, a noite de amanhã.
O carro continua no mesmo lugar onde o deixei ontem, é dentro dele que me sinto em casa, sou um nómada. Boa tarde, desculpe, sabe me dizer onde fica a Rua Teixeira de Pascoais? É perto do cinema King. A loja está fechada, não vou conseguir comprar a t-shirt.
Sigo para o bairro, vou ter com a minha prima. Paro na Fnac, vou comprar o Anticristo de Nietzsche. Não resisto, levo o ultimo CD do Jorge Palma.
Na auto-estrada quando começa a tocar a musica cinco, eu não levo cinco segundos a sentir que estava a chegar a mim, mais uma daquelas musicas do Jorge, que me arrepiam, que me trazem lágrimas aos olhos de emoção, é Bela.




Olá! Sempre apanhaste o tal comboio?
Eu já perdi dois ou três
Entre o ócio e as esquinas
Ganhei o vicio da estrada
Nesta outra encruzilhada
Talvez agora a coisa dê
O passado foi à história
Cá estamos nós outra vez

Conheço a tua cara, mas não sei o teu nome
Eu escrevo já aqui, não sei o quê, arroba-ponto-come
Vou-te reencontrar noutro bar de estação
Ou talvez quando perder mais um avião
O barco vai de saida, tu estás tão bronzeada
É tão bom ver-te assim, ardente,
Tão queimada

Eu quero reencontrar-te noutra esquina qualquer
Sem saber o teu nome ou se ainda és mulher
Quero reconhecer-te e beber um café
Dizer-te de onde venho e perguntar-te porquê
Sorrir-te cá do fundo, subir os degraus
Eu quero dar-te um beijo
A cinquenta e tal graus

Quero reencontrar-te noutra esquina qualquer
Sem saber o teu nome ou se ainda és mulher
Quero reconhecer-te e beber um café
Dizer-te de onde venho e perguntar-te porquê
Sirrir-te cá do fundo, subir os degraus
Eu quero dar-te um beijo a cinquenta e tal graus

Sempre apanhaste o tal comboio?
Já perdi dois ou três
Entre o ócio e as esquinas
Ganhei o vicio da estrada
Nesta outra encruzilhada
Talvez agora a coisa dê
O passado foi à história
Cá estamos nós outra vez
Cá estamos nós outra vez

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