domingo

Veste-o para mim, quero ver-te vestida com ele. Não te quero ver nua, de nada. Quero ver-te calçada com os teus pés, sentir-te vestida com as tuas ancas, se precisares ajuda para apertar as costelas junto à coluna vertebral, estou aqui. Mas quero ver-te por inteiro, vestida com o teu corpo, contentor mararvilhoso, do ser sublime que és. Não o dispas por favor. Entrega-te a ele, comigo.
Os teus seios, redondos, irmãos gemeos, falsos, asimétricos. Que juntos, apertados, formam uma linha recta, vertical, que cruza um semi-circulo, que ambos formam juntos e que termina por debaixo das tuas axilas, limpas, frágeis. que por sua vez são as parte inferior dos teus ombros, brancos, singelos. Ombros esses que sustêm os teus braços, batutas de uma musica enebriante, o teu falar.
lá fora o vento trás consigo umas pequenas gotas que soam no chão, e lembro a tua voz, em qualquer escala, afinada.
És uma aria, uma partitura, uma obra prima, um ser que desejo tocar, qual piano branco e preto, de madeira, quente.
És um ser vivo que respira, caminha e na minha realidade tangivel e imaginária vagueia.
O nosso toque vai ser arte.
Veste-o para mim.

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