sexta-feira

O quê que faço eu aqui
Abafado pelo nada que me rodeia
Injectado pela solidão que já trago na veia
Amurdaçado pelo silêncio que me penetra
Viciado na dor encarando-a como certa

Que faço eu aqui
Entre quatro paredes perdido
Depois da guerra e ainda ferido
Por entre caminhos e desfiladeiras vagueio
Sem um abrigo na alma sinto-me cheio

Que faço eu aqui
Sabendo que aqui não estou
Sabendo que aqui não quero estar
Sabendo para aonde não vou
Cançado de esperar

E afinal que faço eu aqui
A escrever estas linhas tortas
A sentir esta dor, revoltas
A pensar nesta angustia, tristezas
À espera de ti, sem certezas

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